Dor Abdominal Recorrente
Dor Abdominal Recorrente
A dor abdominal recorrente é na maioria das vezes de causa funcional, ou seja, não existe uma causa orgânica (nem inflamatória, nem anatômica e nem por dano tecidual) que justifique essa dor. Ela ocorre em 0,5 a 19% na infância e adolescência.
Atualmente a apresentação clínica da dor abdominal funcional é classificada pelos critérios de Roma IV em:
· Dispepsia funcional,
· Síndrome do Intestino Irritável,
· Enxaqueca abdominal e
· Dor abdominal funcional sem especificações.
Nos distúrbios gastrointestinais funcionais existe uma correlação cérebro – intestino, a percepção da dor é multifatorial e difícil de ser explicada. Sabe-se que existe um menor limiar para a dor abdominal nesses pacientes e parece existir uma predisposição genética. Stress familiar e escolar, ansiedade, depressão, oscilação do humor podem ser considerados gatilhos para a ocorrência das crises de dor abdominal funcional. Alteração na microbiota intestinal e processos infecciosos do trato digestivo podem ser facilitadores da dor abdominal funcional.
Geralmente a dor é em volta do umbigo, podendo em alguns casos ser na “boca do estômago”, de início súbito, de intensidade moderada a forte, determinando em algumas situações a interrupção das atividades habituais. Durante a dor pode ocorrer sudorese, palidez, náusea e raramente vômitos. Geralmente ocorre durante o dia e passa sozinha. As dores não interferem no crescimento e no ganho de peso da criança.
Para o diagnóstico da Dispepsia Funcional devem-se apresentar 1 ou mais dos seguintes sintomas ao menos 4 dias do mês por pelo menos 2 meses antes do diagnóstico. São eles:
· Plenitude pós-prandial – sensação de estômago cheio e pesado após comer
· Saciedade precoce – come pouco e já esta satisfeito
· Dor na “boca do estômago” (epigástrica) que não se associa com a evacuação
· Os sintomas não podem ser explicados por outras doenças.
Na Dispepsia funcional existe 2 subtipos:
1- Síndrome de dificuldade pós-prandial (após comer): sensação de estômago cheio, náusea após comer, arrotos em excesso, distensão na “boca do estomago”, “empanturrado”, desconforto na “boca do estomago” e sentir-se cheio com pouca alimentação interrompendo a refeição.
2- Síndrome da dor epigástrica acompanhada ou não da sensação de queimação grave o suficiente para interferir nas atividades. Pode aliviar após comer.
Síndrome do Intestino Irritável é o quadro de dor abdominal associada com à alteração do hábito intestinal, com mudança na frequência e consistência das fezes, esforço ou urgência para fazer coco, sensação de evacuação incompleta, distensão da barriga e passagem de muco.
Para o diagnóstico da Síndrome do Intestino Irritável devem ocorrer por pelo menos 2 meses antes do diagnóstico e incluir todos os critérios abaixo:
- Dor abdominal por pelo menos 4 dias do mês associada com 1 ou mais dos seguintes sintomas:
– Evacuação
– Alteração na frequência das fezes
– Alteração na consistência das fezes
- Dor abdominal associada com a constipação mesmo após a ocorrência da evacuação e a resolução da constipação.
- Os sintomas não podem ser explicados por outra doença.
Enxaqueca abdominal caracterizada com dor abdominal de forte intensidade, pode ou não ter mudanças no humor ou comportamento, incomodo importante com a luz e ou som típicos da enxaqueca. A dor de cabeça pode estar presente com a dor abdominal, alimentos como chocolate e queijos podem desencadear a dor.
Para o diagnóstico de enxaqueca abdominal devem-se incluir todos os seguintes sintomas ocorrendo ao menos 2 vezes:
· Crises de dor abdominal intensa em volta do umbigo, durando 1 hora ou mais
· Episódios ocorrem com intervalos de semanas ou meses
· Dor incapacitante e interfere nas atividades normais
· A dor esta associada com 2 ou mais sintomas: anorexia, náusea, vômitos, dor de cabeça, palidez e incômodo com a luz.
· Padrões e sintomas repetitivos ocorrem para o mesmo paciente
· Após avaliação adequada os sintomas não podem ser explicados por outra causa
· Esses critérios devem ocorrer por pelo menos 6 meses antes do diagnóstico.
Para confirmação diagnóstica e tratamento consulte o gastropediatra.
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