Consulta de 8 meses de vida.

ALIMENTAÇÃO

Além do leite materno e/ou fórmula adequada para acima 6 meses. Almoço e janta e duas papas de fruta (9:30 e 15:30h). A água deve ser oferecida entre as refeições com o máximo de 120 ml de água por dia. Não é recomendado adicionar sal, mel e açúcar na alimentação até 1 ano de vida. Suco está proibido até 1 ano.

Pode ser complementada com leite materno até que a criança se mostre saciada apenas com a papa. A quantidade de carne deve ser entre 50-70 gramas/dia. Iniciar com 2 a 3 colheres de sopa e aumentar a quantidade conforme aceitação. Já podem e devem ser consumidos ovos, peixe e grãos de feijão pelo bebê.

A partir dos 7 meses: Alimentos amassados: 2/3 de uma xícara ou tigela de 250 ml

7 – 12 meses: 0,8 Leite humano e/ou fórmula infantil e alimentação complementar

Necessidade energética entre : 6-8 meses

  • Leite Materno: 413 kcal
  • Alimentação complementar: 269 Kcal
  • Total: 682 Kcal

A criança precisa comer comida e não só leite materno ou fórmula.

Rotina da Alimentação:

  • Café da manhã: Leite materno ou fórmula infantil
  • Lanche da manhã: Leite materno ou fórmula infantil + fruta
  • Almoço: {Cereal ou tubérculo + proteína animal + leguminosa + hortaliças (verduras+legumes)} sobremesa (1/2 porção da fruta)
  • Lanche da tarde: Leite materno ou fórmula infantil + fruta
  • Jantar: Igual almoço
  • Lanche da noite: Leite materno ou fórmula infantil

De 6 a 11 meses

Segue o número de porções:

  • Pães e Cereais: 3 porções
  • Verduras e Legumes: 3 porções
  • Frutas: 3 porções
  • Leguminosas: 1 porção
  • Carnes e ovos: 2 porções
  • Leite e produtos lácteos: 3 porções
  • Açúcar e doces: 0 porção
  • Óleo e Gorduras: 2 porções

Quantidade de alimentos que corresponde a uma porção – crianças de 6 meses a 3 anos de idade

Introduzir alimentos saudáveis e continuar oferecendo mesmo se houver recusa inicial (de oito a 15 ofertas para observar aceitação).

Os alimentos que constituem a refeição principal (papa ou comidinha) devem ser preparados com: cereal ou tubérculo, proteína de origem animal, leguminosas e hortaliças (misturas múltiplas) e óleo. Devem ser temperados com salsa, cebolinha, alecrim, manjericão…) sem adição de sal. Não é permitido o uso de caldos, tabletes de carne industrializados ou de legumes ou quaisquer condimentos industrializados nas preparações.

A papa deve ser amassada e nunca liquidificada ou peneirada. O óleo deve ser o óleo de canola ou soja ou oliva, adicionado apos o prato pronto. Deve ser usado na quantidade de 3 a 3,5 ml por cada 100 mL ou 100 gramas de preparação.

O consumo de peixes deve ser estimulado, principalmente o arenque, sardinha e salmão, devido ao aporte de DHA.

Alimentos industrializados pré-prontos, refrigerantes, café, chás, embutidos, entre outros que contém excesso de sódio, açúcar e gordura não devem ser expostos a criança. A oferta de água de coco (como substituto da água) também não é aconselhável, pelo baixo valor calórico e por conter sódio e potássio.

No primeiro ano de vida não se recomenda o uso de mel. Nessa faixa etária, os esporos do Clostridium botulinum, capazes de produzir toxinas na luz intestinal, podem causar botulismo.

O café com leite é uma preparação que faz parte da nossa cultura, porém antes dos doze anos de idade, seu consumo não é recomendado. A cafeína e substâncias equivalentes presentes no café, mate, chá preto, guaraná natural e refrigerantes, mesmo em pequenas quantidades, são poderosos estimulantes e podem deixar a criança muito agitada, além de condicionar o sistema nervoso central que está em formação.

As frutas in natura, raspadas, amassadas ou picadas devem ser oferecidas em colheres, nesta idade.

O Baby-Led Weaning (BLW) significa: o desmame guiado pelo bebê. Autonomia do bebê na alimentação complementar. Ele estimula o desenvolvimento de habilidades motoras finas e mastigação. A oferta de alimentos complementares em pedaços, tiras ou bastões pelo próprio bebê. Pode existir risco de engasgo, e de baixa oferta de ferro e de calorias.

O Baby-Led Introduction to SolidS (BLISS), que significa Introdução aos Sólidos Guiada pelo Bebê. Os alimentos são amassados para torná-los mais seguros para o bebê. Introdução mais gradual dos alimentos sólidos.

O Departamento de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda que, no momento da alimentação, o lactente pode receber os alimentos amassados oferecidos na colher, mas também deve experimentar com as mãos, explorar as diferentes texturas dos alimentos como parte natural de seu aprendizado sensório motor.

Deve-se estimular a interação com a comida, evoluindo de acordo com seu tempo de desenvolvimento. Prestar atenção aos sinais de saciedade da criança. Elas têm capacidade de autorregular a sua ingestão calórica total.

A Sociedade Brasileira de Pediatria, seguindo as recomendações do Ministério da Saúde e ESPGHAN (europeia de Gastropediatria) e Academia Americana de Pediatria destaca mais alguns pontos:

  1. Deve-se oferecer aos bebês uma dieta variada, incluindo alimentos com diferentes sabores e texturas, vegetais verdes de sabor amargo e azedo;
  2. Visando a aquisição de tolerância e redução do risco de alergenicidade, recomenda que a introdução dos alimentos deverá ser a mais ampla possível, oferecendo-se um único alimento considerado alergênico (ovo, soja, trigo, pasta de amendoim, peixes e frutos do mar) a cada três a cinco dias entre a idade de quatro e 11 meses;
  3. Alimentos com adição de sal, açúcar e baixa qualidade nutricional não devem ser oferecidos aos lactentes menores de dois anos, além de reduzir o apetite da criança e competir com os alimentos nutritivos, estão associados à anemia, ao excesso de peso e às alergias alimentares;
  4. Não oferecer adoçantes para as crianças, principalmente menores de dois anos. Os adoçantes estão presentes em vários alimentos ultraprocessados, como gelatinas, refrescos em pó, néctares e refrescos de caixa, bolinhos, biscoitos, sorvetes, entre outros, apresentados nos rótulos como edulcorantes (aspartame, ciclamato de sódio, acessulfame de potássio, sacarina sódica, estévia, manitol, sorbitol, xilitol e sucralose);
  5. Cuidados com a higiene: é importante orientar as mães sobre a higiene adequada das mãos, dos alimentos e dos utensílios, em especial das mamadeiras, quando utilizadas. Após a limpeza com água e sabão/detergente, deve-se fazer imersão da mamadeira e utensílios do lactente em água com hipoclorito de sódio 2,5% por 15 minutos na concentração de 20 gotas ou uma colher de sopa de hipoclorito para um litro de água própria para consumo. Deve-se preconizar a utilização de bicarbonato de sódio a 1% para reduzir a contaminação com os agrotóxicos (uma colher de sopa para um litro de água) por 15 minutos. Fazer em separado. Lembrar que depois das imersões, não lavar em água corrente;

 

Vale ressaltar que temperos in natura como salsinha, cebolinha, manjericão, alecrim, tomilho, sálvia, coentro, dentre outros são permitidos na elaboração de preparações. O sal não deve ser adicionado às papas, sendo suficiente o conteúdo de sódio intrínseco aos alimentos utilizados no preparo. Não é permitido o uso de caldos, tabletes de carne industrializados ou de legumes ou quaisquer condimentos industrializados nas preparações.

A introdução da alimentação complementar deve ser gradual, sob a forma de alimentos bem cozidos e amassados (alimentação de transição), sendo oferecida com colher. A colher deverá ter o tamanho adequado ao diâmetro da boca do lactente e deve ser preferivelmente de silicone, plástico ou de metal emborrachado para evitar o contato metálico direto com a língua. Em média, são necessárias de oito a 10 exposições ao alimento para que ele seja plenamente aceito pela criança. O uso de colher deve ser iniciado com o lactente no colo da mãe ou de quem for dar às colheradas. A paciência e a suavidade, com palavras tranquilizadoras e manifestações positivas para o sucesso devem completar os esforços de quem ajuda nesta iniciação.

Os alimentos devem ser amassados, sem peneirar ou liquidificar. Nos primeiros dias, é normal a criança derramar ou cuspir o alimento; portanto, tal fato não deve ser interpretado como rejeição ao alimento. Recomenda-se iniciar com pequenas quantidades do alimento, entre uma e duas colheres de chá, colocando o alimento na ponta da colher e aumentando o volume conforme a aceitação da criança.

As frutas devem ser consumidas in natura (amassadas, cortadas ou raspadas), por conterem nutrientes importantes para a criança, como as fibras, e não na forma de sucos, nos quais predominam apenas os carboidratos simples. Importante oferecer água potável, a partir da introdução do início da alimentação complementar.

Sugere-se separar os alimentos, amassar com o garfo e oferecê-los de modo individual, para que o lactente aprenda a desenvolver preferências e paladares diversos. A escolha dos alimentos do cardápio deve respeitar os alimentos disponíveis em sua região e suas tradições familiares. A comida do almoço pode ser a mesma do jantar. A quantidade entre seis a oito meses – duas a quatro colheres de sopa.

VACINAS

Não há vacinas, exceto se não realizadas a segunda dose da gripe e COVID – baby.
Beyfortus (niversimabe) – Imunoglobulina contra o Vírus Sincial Respiratório, principal causador de bronquiolite em bebês.

SONO

São 15h por dia. A noite 11h e mais ou menos 2 sonecas durante o dia. Ter rotina para dormir. Não deixá-lo dormir no colo. Colocá-lo acordado no berço e fazê-lo adormecer ali, pois se ele despertar ele estará no mesmo local onde adormeceu e não se assustará (choro). A criança já pode dormir no seu quarto. Sempre de barriga para cima e sem objetos no berço. Nessa fase ele já consegue se acomodar no berço da forma que prefere. Cuidado com quedas.

XIXI E COCO

Alteração na consistência das fezes visto alimentação complementar. Alguns pacientes podem apresentar fezes endurecidas e o bebê pode até ter dificuldade para evacuar. Se sinal de sofrimento ou desconforto, converse com o pediatra. Você pode colocar um espelho do lado do trocador, assim o bebê se diverte olhando no espelho e a longo prazo irá se reconhecer.

O QUE O MEU BEBÊ JÁ FAZ?

Socioemocional:

Ansiedade da separação dos pais. Chora. Já reconhece pessoas próximas. Expressa alegria, tristeza, frustração. Gosta de se olhar no espelho. Já ri e dá gargalhadas. Pode começar a bater palmas. Se esconder nas brincadeiras.

Comunicação:

Faz sons respondendo a sua conversa. Balbucio – “ma-ma”, “da-da”.Pode tentar imitar alguns sons. Faz barulhos estridentes.

Motor:

Senta sem apoio, arrasta-se pela casa.Inicia a ficar em posição para engatinhar. Alguns já podem escalar e ficar em pé com apoio. Já pega um copinho adequado para crianças com as 2 mãos.Bate objetos entre si. Arrasta-se e rola para alcançar objetos. Rola. Pega o pé.Inicia a ficar em pé com apoio nos móveis. Faz pinça com o polegar e o indicador.Pode chorar se vê alguém chorando. Manda beijo.

Visual:

Tem uma visão mais nítida. Mostram interesse por objetos mais distantes. Maior acompanhamento de objetos em movimento.

Cognitivo:

Já reconhece seu nome quando é chamado.Explora e analisa objetos com a mão. Busca alcançar um brinquedo do seu interesse. Começam a entender o efeito de suas ações: acender uma luz. Reconhece familiares.

O QUE FAZER PARA O MEU FILHO TER UM BOM DESENVOLVIMENTO

EMOCIONAL :

  • Chamá-lo pelo nome.
  • Cantar e conversar com o bebê.
  • Falar com o bebê, fazer perguntas e dar tempo para ele responder com seus balbucios.
  • Fazer caretas para o bebê tentar imitar.
  • Beijar o bebê e oferecer seu rosto para ele beijá-lo.
  • Sensibilidade: responder às suas necessidades de fome, sono, desconforto, etc.
  • O toque, o sussurro e o carinho da mãe e dos familiares são fundamentais para o desenvolvimento da afetividade e da socialização.
  • Rotina de sono, brincadeiras e alimentação ajudam o bebê a se sentir seguro.
  • Eles gostam de previsibilidade.

FÍSICO:

  • Colocar o bebê sentado para brincar.
  • Colocar o bebê deitado de lado para que se sente sozinho.
  • Incentivar o bebê a se arrastar, colocando brinquedos à sua frente para que ele tente alcançá-los.
  • Favorecer o levantar do bumbum, para prepará-lo para engatinhar.
  • Brincar com uma caixa grande de brinquedos. Deixe-o entrar na caixa, virá-la e colocar os brinquedos dentro.
  • Colocar algum obstáculo na frente do brinquedo para que, se ele se interessar, tente alcançá-lo.
  • Brincar de imitar sons e movimentos. Nessa faixa etária ele já começa a imitar você e é capaz de bater palmas, fazer caretas e gracinhas. Diga “bubu”, “bababa”, tussa, bata os pés, bata palmas, etc., para que ele tente imitar.
  • Dar um brinquedo simples, estimulando-o a passar de uma mão para outra.
  • Quando o bebê estiver segurando um brinquedo, oferecer outro para estimulá-lo a trocar os brinquedos, soltando o primeiro.
  • Colocar o bebê sentado no seu colo e brincar de deita/levanta.
  • Segurar o bebê pela axila e brincar de pula-pula.
  • Colocar brinquedos longe dele para buscá-los arrastando-se.
  • Estimular o bebê a rolar lateralmente.
  • Bater palmas com o bebê.
  • Levar o pé do bebê até a mão ou a boca.
  • Dar uma caixa de papelão para o bebê brincar de entrar e sair, sentar dentro da caixa, jogar brinquedos para dentro e para fora, etc.
  • Pedir para o bebê dar um brinquedo, abrindo a mão e soltando.
  • Encaixar caixas ou potinhos um dentro do outro.

INTELECTUAL:

  • Mostrar um brinquedo, escondê-lo atrás de suas costas e pedir para o bebê procurar.
  • Dar um brinquedo de cabeça para baixo para que ele coloque na posição correta.
  • Chamar o bebê pelo nome para que ele comece a reconhecê-lo.
  • Exploração sensorial de diferentes objetos com texturas, cores e formas.
  • Esconder um brinquedo embaixo de uma almofada e incentivar o bebê a procurá-lo.
  • Brincar de esconde-esconde com o bebê. Esconda-se com uma fralda ou atrás de um travesseiro, para que ele encontre você.
  • Colocá-lo na frente de um espelho e fazer brincadeirinhas de aparecer e desaparecer.
  • Fazer o bebê estender os braços para atirar-se no colo dos adultos.

LEITURA:

  • Ler em voz alta e mostrar as imagens dos livros, falando sobre elas.
  • Ler livros com cores contrastantes e vivas.
  • Nomear as figuras que o bebê aponta ou aquelas em que ele fica interessado.
  • Ajudar o bebê a virar as páginas do livro.
  • Transmitir o clima da história por meio da entonação da voz, de gestos e de expressões faciais.
  • Conversar e fazer perguntas sobre as coisas que ele está ouvindo. Ex.: “Olha o gatinho. Como ele faz? Faz miau-miau.”
  • Seguir as indicações do bebê para ler mais, repetir ou parar.
  • Representar com gestos ou a voz a figura que estiver mostrando.
  • Apontar as figuras no livro e dizer em voz alta o nome daquilo para o qual o bebê estiver olhando.

DESENVOLVIMENTO AUDITIVO:

  • Apresentar música e diferentes tipos de sons.
  • Oferecer diferentes sons e estímulos verbais para favorecer o desenvolvimento da linguagem.
  • Imitar os sons que o bebê faz e observar sua reação.

 

ALERTAS DE SEGURANÇA PARA O BEBÊ

  • Quedas (cama, trocador, colo, carrinho e poltronas). Sempre colocar e travar o cinto do bebê conforto.
  • O bebê sempre deve estar com supervisão, nunca deixe-o sozinho em locais elevados. Ao carregar um bebê no colo, evite pisos lisos, molhados ou escorregadios. Além disso, em escadas e degraus, apoie-se sempre no corrimão.
  • Queimaduras (banho, cigarro, líquidos quentes-mamadeira). Protetor de tomadas. Trava de gavetas. Cozinha não é lugar para bebês. Nunca cozinhe e nem manipule líquidos ou substâncias quentes com o bebê no colo. Temperatura do ambiente nem excesso de calor e nem frio.
  • Afogamento na hora do banho não colocar a cabeça em contato com a água ele vai aspirar.
  • Sufocação (dormir de barriga para baixo, enrolar cordão ou prendedor de chupeta em volta do pescoço, pequenos brinquedos, entre o espaço do colchão e o berço quando o colchão é do tamanho incorreto). Dormir sempre de barriga para cima, sem travesseiros, almofadas, cobertores ou brinquedos soltos no berço. O colchão deve ser firme. Como o bebê leva à boca qualquer objeto que consiga segurar, cuidado com objetos muito pequenos, sujos e cortantes.
  • Intoxicações (medicamentos em doses erradas, substâncias tóxicas- naftalina). Esterilização adequada da mamadeira para evitar infecções gastrointestinais. Evite expor o bebê a fumo passivo ou ficar em ambientes com pessoas fumando.
  • Não deixe cães e/ou animais domésticos perto do bebê – pode ser perigoso.
  • Prefira termômetro digital pois o de mercúrio quebra fácil e é tóxico.
  • Não utilize talco, pois há risco de sufocação e pneumonite química.
  • Mobílias e equipamentos para o bebê devem conter certificação pelo Inmetro e ABNT.
  • Transporte adequado no carro, usar bebê conforto adequado para cada faixa etária. Usar bebê conforto ou conversível de costas para o movimento do veículo e preso pelo cinto de segurança.

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