Consulta de 4 anos de vida

ALIMENTAÇÃO

Nessa faixa etária, a resistência a alguns alimentos é muitas vezes uma maneira de demonstrar independência e autonomia, assim é de fundamental importância que a família dê o exemplo de uma alimentação saudável.

Nesta fase, a criança apresenta ritmo de crescimento regular e inferior ao do bebê. A velocidade de crescimento e o ganho de peso são menores do que nos dois primeiros anos de vida, com isso o apetite diminui e isto é normal.

Além disto, o comportamento alimentar da criança pré-escolar caracteriza-se por ser imprevisível e variável: a quantidade ingerida de alimentos pode oscilar, sendo grande em alguns períodos e nula em outros; caprichos podem fazer com que o alimento favorito de hoje seja inaceitável amanhã; ou que um único alimento seja aceito por muitos dias seguidos.

Se os pais não aceitarem este comportamento como transitório e reagirem com medidas coercitivas, este poderá se transformar em distúrbio alimentar real e perdurar em fases posteriores.

A neofobia é caracterizada pela dificuldade em aceitar alimentos novos ou desconhecidos, isto é, a criança nega-se a experimentar qualquer tipo de alimento desconhecido e que não faz parte de suas preferências alimentares. Para que esse comportamento se modifique, é necessário que a criança prove o novo alimento, em torno de 8 a 10 vezes, mesmo que seja em quantidade mínima. Somente dessa forma, a criança conhecerá o sabor do alimento e estabelecerá seu padrão de aceitação.

O apetite é variável, momentâneo e depende de vários fatores, entre eles, condição física e psíquica, atividade física, temperatura ambiente e quantidade na ingestão na refeição anterior. Criança cansada ou super estimulada com brincadeiras pode não aceitar a alimentação de imediato, assim como também, no verão, seu apetite pode ser menor do que no inverno. O apetite pode diminuir se, na refeição anterior, a ingestão calórica foi grande.

A exposição frequente do mesmo alimento, em diferentes apresentações (receitas) contribui na redução da neofobia alimentar, comum nesta faixa etária.

A criança determina a quantidade a ser consumida. A criança possui mecanismos internos de saciedade que determinam a quantidade de alimentos que ela necessita, por isso, deve ser permitido o seu controle de ingestão.

A alimentação deve ser lúdica. Refeições em família, com a participação ativa da criança no preparo dos alimentos (estimulando sua curiosidade pelos aromas, texturas, cores, sabores dos alimentos), autonomia para alimentar-se sozinha sem a coerção do adulto, são excelentes estratégias na formação de bons hábitos alimentares.

As refeições e lanches devem ser servidos em horários fixos diariamente, com intervalos suficientes para que a criança sinta fome na próxima refeição. Um grande erro é oferecer ou deixar a criança alimentar-se sempre que deseja, pois assim, não terá apetite no momento das refeições.

O intervalo entre uma refeição e outra deve ser de 2 a 3 horas. É necessário que se estabeleça um tempo definido, 30 minutos são suficientes para cada refeição. Se nesse período a criança não aceitar os alimentos, a refeição deverá ser encerrada e apenas na próxima será oferecido algum alimento.

O tamanho das porções dos alimentos nos pratos deve estar de acordo com o grau de aceitação da criança. O ideal é oferecer uma pequena quantidade de alimento e perguntar se a criança deseja mais. Ela não deve ser obrigada a comer tudo que está no prato. A sobremesa deve ser uma fruta.

A oferta de líquidos nos horários das refeições deve ser controlada: o ideal é oferecê-los após a refeição, de preferência água. Os sucos devem limitar a quantidade máxima de 175 mL/dia.

Os pais devem oferecer alimentos variados, saudáveis e em porções adequadas e permitir que a criança escolha o que e quanto quer comer.

A aceitação dos alimentos se dá não só pela repetição à exposição, mas também pelo condicionamento social, e a família é o modelo para o desenvolvimento de preferências e hábitos alimentares.

A criança deve ser encorajada a comer sozinha, mas sempre com supervisão, para evitar engasgos. Quando souber manipular adequadamente a colher, pode-se substituí-la pelo garfo.

Evite ter e ou levar para casa: bolacha wafer, bolacha recheada, chocolate à vontade, leite condensado, balas, chicletes, nutella, salsicha, nuggets. Não estimule seu filho a comer esse tipo de alimento. Existem outras maneiras de você demonstrar seu amor. Não leve “balinha“ para casa, leve um livro para você ler com ele antes de dormir, isso reforça o vínculo entre pais e filhos, cria hábito saudável e estimula a inteligência dele. Use sua imaginação!

As crianças com dificuldades alimentares apresentam tendência de ingerir pequenas refeições e de forma lenta, além de comportamento inadequado no momento das refeições, como recusa alimentar, brincadeiras e desinteresse para com a comida. Maus hábitos alimentares levam à aquisição de deformidades dentárias e de mordida, especialmente nas crianças que fazem uso prolongado de chupetas e mamadeiras, o que pode levar a criança a ser um respirador bucal. Com 4 anos a criança não deve estar usando mamadeira!

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os carboidratos sejam ingeridos preferencialmente na forma de cereais integrais, vegetais, frutas e leguminosas. Para pré-escolares a ingestão de frutas e vegetais deve ser no mínimo de 250 g/dia e a de fibras que ocorrem naturalmente na dieta de no mínimo 15 g/dia.

A oferta de líquidos nos horários das refeições deve ser controlada porque o suco, a água e, principalmente o refrigerante, distendem o estômago, podendo dar o estímulo de saciedade precocemente. O ideal é oferecê-los após a refeição, de preferência água. Bebidas açucaradas, leite saborizado e bebidas com cafeína não são recomendados para pré-escolares. Bebidas à base de soja não devem ter consumo indiscriminado. Adoçantes não nutritivos, sintéticos ou naturais, como acesulfame K, aspartame, advantame, ciclamatos, neotame, sacarina, sucralose, stevia e derivados da stevia, não devem ser usados em crianças, exceto quando tendo diabetes.

Recomendação de água: 1,7 litros – 1,2 litros de líquidos (água e bebidas)

Consumo de no máximo 25 gramas por dia de açúcar, o que equivale a seis colheres de chá.

Crianças de 4 anos (1.800 Kcal)

Rotina Alimentar:

café da manhã – 8h;
lanche matinal ou colação – 10h;
almoço – 12h;
lanche vespertino – 15h;
jantar – 19h
lanche ou ceia antes de dormir.

Para 4 anos são indicadas as seguintes proporções diárias:

Cereais, massas, tubérculos e raízes – 6 porções
Verduras e legumes: 3 a 4 porções
Frutas – 3 -4 porções
Leguminosas – 1 porção
Carne e ovos – 2 porções
Leite e derivados – 2 porções
Açúcar e doces – 1 porção
Óleos e gorduras – 1 porção

VACINAS

Reforço da vacina tríplice (DTP ou DTP acelular)
Poliomielite (VOP ou VIP)
Segunda dose da vacina contra a Varicela.
Segunda dose da vacina contra a Febre amarela.
Dengue
Gripe
Dependendo da época do ano pode ser realizada a vacina da gripe (influenza + H1N1).

O QUE A CRIANÇA JÁ FAZ?

Equilibra-se em um pé só por alguns segundos. Anda nas pontas dos pés. Pula nos dois pés.
Sobe escadas alternando os pés. Anda de triciclo usando os pedais.
Despe-se e veste-se sozinha, coloca os sapatos. Usa garfo e colher. Por alguns segundos
Anda nas pontas dos pés. Pega uma bola grande na maioria das vezes.
Sobe escadas alternando os pés. Anda de triciclo usando os pedais.
Despe-se e veste-se sozinha, coloca os sapatos. Serve-se de comida ou água com supervisão do adulto. Desabotoa alguns botões. Segura o giz de cera com o polegar e os dedos. Finge ser outra coisa numa brincadeira (super-herói, cachorro, professor). Pede para brincar com outras crianças se ninguém estiver por perto. Conforta os outros que estão feridos ou tristes. Evita o perigo como não pular de grandes alturas no parquinho. Gosta de ser um ajudante. Muda o comportamento dependendo do local onde está — parquinho, biblioteca, igreja. Fala frases combinando mais de 4 palavras. Diz algumas palavras de uma música, história ou canção de ninar. Fala pelo menos 1 coisa que aconteceu no dia: “joguei futebol”. Responde perguntas simples: para que serve um giz de cera? Para que serve um casaco?
Usa orações. Gagueira Fisiológica. Conta o que vem a seguir em uma história bem conhecida. Desenha uma pessoa com mais de 3 partes. Acalma-se logo após a sua ausência. Gosta de brincar com outras crianças. Consegue se comunicar e ser entendida a maior parte do tempo. Faz perguntas com o “que, por quê, onde, quem?”. Pergunta: onde está o papai? Diz uma ação quando solicitado: comer, correr ou brincar. Fala bem o suficiente para que os outros entendam. Evita tocar em ambientes quentes como forno quando avisada.
Reconhece 2 ações, tipo: quem late?, quem fala?
Entende e executa algumas ordens simples.
Brinca com outras crianças. Reconhece 2 ou 3 cores.

Marcos Sociais/Emocionais:

Finge ser um personagem ao brincar (professor, super-herói, cachorro).
Pede para brincar com crianças se ninguém estiver por perto, como “Posso brincar com Alex?”
Conforta os outros que estão feridos ou tristes, como abraçar um amigo chorando.
Evita o perigo, como não pular de alturas altas no playground.
Gosta de ser um “ajudante”.
Muda o comportamento baseado em onde ele está (local de culto, biblioteca, playground)

Marcos de Linguagem/Comunicação:

Diz frases com quatro ou mais palavras.
Diz algumas palavras de uma canção, história ou rima infantil.
Fala sobre pelo menos uma coisa que aconteceu durante o seu dia, como “Eu joguei futebol”.
Responde perguntas simples como “Para que é um casaco?” ou “Para que é um lápis?”

Marcos Cognitivos (aprender, pensar, resolver problemas):

Nomeia algumas cores de objetos.
Conta o que vem a seguir em uma história bem conhecida.
Desenha uma pessoa com três ou mais partes do corpo.

Marcos de Movimento/Desenvolvimento Físico:

Pega uma bola grande na maior parte do tempo.
Serve a si mesmo comida ou água, com supervisão de adultos.
Desabotoa alguns botões.
Segura lápis ou lápis entre os dedos e o polegar (não no punho).

SONO

12 h por dia. Acaba a soneca.

O QUE FAZER PARA O MEU FILHO TER UM BOM DESENVOLVIMENTO FÍSICO, EMOCIONAL E INTELECTUAL?

Conte histórias, para despertar o interesse dele pela leitura.
Estabeleça limites, visto a segurança da criança e tranqüilidade para os pais.
Explique e demonstre as atitudes corretas: como não roubar, não mentir. Locais onde ela possa escalar, escorregar, pular, engatinhar, saltar e correr. Picar, colar, rasgar, cortar, pintar, colorir. Jogar e chutar bola, arremessar. Andar equilibrando uma almofada na cabeça. Natação.
Ofereça objetos que ela possa reconhecer cores, números, formas, tamanhos. Procure explicar para ela, conversando e interagindo. Jogos de montar e desmontar. Brincar com outras crianças para desenvolver habilidades sociais. Seja um modelo de comportamento positivo para ela, demonstrando boas maneiras, respeito pelos outros e animais, além de empatia pelas pessoas. Tempo de qualidade com eles: brincando, lendo, perguntando sobre seu dia. Tenha rotina para que ela se sinta segura.
Incentivar a criança a se despir sozinha e mostrar e perguntar sobre as partes do corpo.
Estimular a criança a guardar e retirar brinquedos das caixas.
Dar objetos de várias qualidades e pedir para que junte os iguais.
Brincar de bater palmas e pés e pedir para ela imitar.
Mostrar um álbum de fotos e pedir que identifique as pessoas.
Ajude seu filho a estar pronto para novos lugares e conhecer novas pessoas. Por exemplo, você pode ler histórias ou fazer teatro (faz-de-conta) para ajudá-lo a se sentir confortável.
Leia com seu filho. Pergunte a ele o que está acontecendo na história e o que ele acha que pode acontecer a seguir.
Ajude seu filho a aprender sobre cores, formas e tamanhos. Por exemplo, pergunte a cor, formas e tamanho das coisas que ela vê durante o dia.
Encoraje seu filho a usar “suas palavras” para pedir coisas e resolver problemas, mas mostre a ele como. Ele pode não saber as palavras que precisa. Por exemplo, ajude seu filho a dizer: “Pode ser a minha vez?” em vez de tirar algo de alguém.
Ajude seu filho a aprender sobre os sentimentos dos outros, e sobre maneiras positivas de reagir. Por exemplo, quando ele vê uma criança que está triste, diga “Ele parece triste. Vamos levar um ursinho para ele.”
Use palavras positivas e dê atenção aos comportamentos que deseja (“comportamentos desejados”). Por exemplo, diga “Você está compartilhando esse brinquedo tão bem!” Dê menos atenção àqueles que você não deseja.
Diga ao seu filho de uma maneira simples por que ele não pode fazer algo que você não quer que ele faça (“comportamento indesejado”). Dê a ele uma escolha do que ele pode fazer em vez disso. Por exemplo, “Você não pode pular na cama. Você quer ir lá fora e tocar ou colocar um pouco de música e dançar?”
Deixe seu filho brincar com outras crianças, como em um parque ou biblioteca. Pergunte sobre grupos locais de jogos e programas pré-escolares. Brincar com os outros ajuda você a aprender o valor da partilha e amizade.
Coma com seu filho quando possível. Deixe-o vê-lo desfrutando de alimentos saudáveis, como frutas, legumes e grãos integrais, e bebendo leite ou água.
Crie uma rotina calma e tranquila para dormir. Evite qualquer tempo de tela (TV, telefone, tablet, etc.) por 1 a 2 horas antes de dormir e não coloque nenhuma tela no quarto do seu filho. Crianças dessa idade precisam de 10 a 13 horas de sono por dia (incluindo sonecas). Tempos de sono consistentes facilitam!
Dê brinquedos ou coisas que incentivem sua imaginação, como roupas de fantasias, copos e panelas para fingir cozinhar, ou blocos para construir. Junte-se a ele em brincadeiras de fingir, como comer a comida de mentira que ele cozinha.
Tire um tempo para responder as perguntas de “por quê” do seu filho. Se você não sabe a resposta, diga “eu não sei”, ou ajude seu filho a encontrar a resposta em um livro, na Internet ou com outro adulto. Para ver mais dicas e atividades, baixe o aplicativo Milestone Tracker do CDC.

COMO LER PARA A CRIANÇA?

Nessa fase as crianças escolhem os livros que querem que os pais leiam e fazem perguntas sobre coisas que acontecem neles.
Também corrigem os pais quando eles pulam uma parte de um livro já familiar e conseguem contar uma história conhecida com as próprias palavras.
Os pais podem:

1- Responder com interesse as perguntas e os comentários da criança.
2- Ler a história do jeito que o autor escreveu, sem alterar as palavras para ampliar o vocabulário da criança.
3- Conversar de forma espontânea sobre os assuntos do livro.
4- Levar a criança a bibliotecas e livrarias para escolher livros ou ouvir histórias.
5- Deixar livros acessíveis para a criança pegar quando quiser.
6- Mostrar para a criança que você está lendo as palavras do livro.

ALERTAS DE SEGURANÇA PARA A CRIANÇA DE 4 ANOS

Picadas e mordeduras.
Quedas (cama, colo, carrinho, poltronas e escadas).
Cuidado com a criança na cozinha! Área de risco! Colocar grade de proteção.
Queimaduras (cigarro, líquidos quentes).
Sufocação (enrolar cordão ou prendedor de chupeta em volta do pescoço, pequenos brinquedos).
Intoxicações (medicamentos em doses erradas, substâncias tóxicas – naftalina).
Transporte adequado no carro, usar assento especial para crianças e sempre no banco traseiro.
Estabelecer limites, usar as bocas de trás do fogão, cabos voltados para dentro.
O ideal é não ter a criança na cozinha!
Risco com afogamento e quedas de piscinas. Necessitam de supervisão contínua, deixar fora do alcance: objetos pontiagudos, cortantes, que destacam partes, medicamentos, produtos de uso domiciliar.
Nessa faixa etária existe risco de atropelamento, aspiração (corpo estranho), queimaduras, choque elétrico, afogamentos, quedas, contusões e intoxicações. Para prevenir deve-se verificar a temperatura do banho, não medicar sem receita.
Usar protetor de tomadas, cuidados com fios soltos.
Usar protetores de quina de móveis.
Afaste cordões, fios e sacos plásticos.
Proteja escadas e janelas.
Mantenha fechada a porta do banheiro e cozinha.
Não deixe produtos de limpeza e remédios ao alcance das crianças; tranque-os em armários ou coloque-os em locais de difícil acesso.
Use brinquedos fortes e inquebráveis, evite os brinquedos com partes pequenas, pelo risco de sufocação.
Não deixe ao alcance fios, cordões e sacos plásticos.
Proteja as escadas pelo risco de quedas.
Proteja arestas pontiagudas dos móveis pelo risco de trauma.

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