ALIMENTAÇÃO
Leite materno em livre demanda, ou seja, a hora que o bebê quiser, ele deve mamar.
Para os bebês que necessitam, fórmula alimentar adequada para cada paciente.
Não precisam de água nem chá até o 6º mês de vida.
Agora com 5 meses ele diminui a frequência das mamadas, com maior intervalo, principalmente à noite.
Caso o bebê esteja com fórmula e já tenha os sinais de prontidão (sustentação da cabeça, interesse pela comida, conseguir sentar com apoio, baixo risco para aspiração) pode-se iniciar a alimentação complementar. Será orientada na consulta dependendo de cada paciente.
A Sociedade Brasileira de Pediatria, seguindo as recomendações do Ministério da Saúde e ESPGHAN (Européia de gastropediatria) e Academia Americana de Pediatria destaca mais alguns pontos:
- Deve-se oferecer aos bebês uma dieta variada, incluindo alimentos com diferentes sabores e texturas, vegetais verdes de sabor amargo e azedo;
- Visando a aquisição de tolerância e redução do risco de alergenicidade, recomenda que a introdução dos alimentos deverá ser a mais ampla possível, oferecendo-se um único alimento considerado alergênico (ovo, soja, trigo, pasta de amendoim, peixes e frutos do mar) a cada três a cinco dias entre a idade de quatro e 11 meses;
- Não se deve adicionar sal no preparo da papa/refeição da alimentação complementar para lactentes até 12 meses e após esta idade usar sal com moderação;
- Alimentos com adição de sal, açúcar e baixa qualidade nutricional não devem ser oferecidos aos lactentes menores de dois anos, além de reduzir o apetite da criança e competir com os alimentos nutritivos, estão associados à anemia, ao excesso de peso e às alergias alimentares;
- Não oferecer adoçantes para as crianças, principalmente menores de dois anos. Os adoçantes estão presentes em vários alimentos ultraprocessados, como gelatinas, refrescos em pó, néctares e refrescos de caixa, bolinhos, biscoitos, sorvetes, entre outros, apresentados nos rótulos como edulcorantes (aspartame, ciclamato de sódio, acessulfame de potássio, sacarina sódica, estévia, manitol, sorbitol, xilitol e sucralose);
- Cuidados com a higiene: é importante orientar as mães sobre a higiene adequada das mãos, dos alimentos e dos utensílios, em especial das mamadeiras, quando utilizadas. Após a limpeza com água e sabão/detergente, deve-se fazer imersão da mamadeira e utensílios do lactente em água com hipoclorito de sódio 2,5% por 15 minutos na concentração de 20 gotas ou uma colher das de sopa de hipoclorito para um litro de água própria para consumo. Deve-se preconizar a utilização de bicarbonato de sódio a 1% para reduzir a contaminação com os agrotóxicos (uma colher de sopa para um litro de água) por 15 minutos. Devem ser feitos em momentos separados. Lembrar que depois das imersões, não lavar em água corrente;
Vale ressaltar que temperos in natura como salsinha, cebolinha, manjericão, alecrim, tomilho, sálvia, coentro, dentre outros são permitidos na elaboração de preparações. O sal não deve ser adicionado às papas, sendo suficiente o conteúdo de sódio intrínseco aos alimentos utilizados no preparo. Não é permitido o uso de caldos, tabletes de carne industrializados ou de legumes ou quaisquer condimentos industrializados nas preparações.
Os óleos vegetais comestíveis são ricos em ácido graxo linoleico (ômega-6), mas o ácido graxo alfa-linolênico (ômega-3) é encontrado nos óleos de soja, canola e sementes (linhaça, nozes). Eles são importantes para o crescimento cerebral e retiniano.
A introdução da alimentação complementar deve ser gradual, sob a forma de alimentos bem cozidos e amassados (alimentação de transição), sendo oferecida com colher. A colher deverá ter o tamanho adequado ao diâmetro da boca do lactente e deve ser preferivelmente de silicone, plástico ou de metal emborrachado para evitar o contato metálico direto com a língua. Em média, são necessárias de oito a 10 exposições ao alimento para que ele seja plenamente aceito pela criança.
O uso de colher deve ser iniciado com o lactente no colo da mãe ou de quem for dar às colheradas. A paciência e a suavidade, com palavras tranquilizadoras e manifestações positivas para o sucesso devem completar os esforços de quem ajuda nesta iniciação.
Os alimentos devem ser amassados, sem peneirar ou liquidificar. Nos primeiros dias, é normal a criança derramar ou cuspir o alimento; portanto, tal fato não deve ser interpretado como rejeição ao alimento. Recomenda-se iniciar com pequenas quantidades do alimento, entre uma e duas colheres de chá, colocando o alimento na ponta da colher e aumentando o volume conforme a aceitação da criança.
As frutas devem ser consumidas in natura (amassadas, cortadas ou raspadas), por conterem nutrientes importantes para a criança, como as fibras, e não na forma de sucos, nos quais predominam apenas os carboidratos simples. Importante oferecer água potável, a partir da introdução do início da alimentação complementar.
Deve-se evitar alimentos industrializados pré-prontos, refrigerantes, café, chás, embutidos, entre outros. A oferta de água de coco (como substituto da água) é desaconselhável, por conter sódio e potássio em sua composição.
No primeiro ano de vida, não se recomenda o consumo de mel. Nessa faixa etária, os esporos do Clostridium botulinum, capazes de produzir toxinas na luz intestinal, podem causar botulismo.
Não há evidências e estudos publicados em quantidade e qualidade suficientes para afirmar que os métodos BLW ou BLISS sejam superiores um sobre o outro quanto à forma mais adequada de introdução alimentar. A SBP recomenda que no momento da alimentação, o lactente pode receber os alimentos amassados oferecidos na colher por um dos pais ou cuidador, mas também deve experimentar com as mãos, explorar as diferentes texturas dos alimentos como parte natural de seu aprendizado sensório motor. Deve-se estimular a interação com a comida, evoluindo de acordo com seu tempo de desenvolvimento.
VACINAS
- Meningococo C Conjugada (SUS) ou Meningo ACWY – Particular
- Meningo B – Particular
- Beyfortus (niversimabe) – Imunoglobulina contra o Vírus Sincial Respiratório, principal causador de bronquiolite em bebês.
O QUE O MEU BEBÊ JÁ FAZ?
Socioemocional:
- Sorri sozinho para chamar sua atenção.
- Riso (ainda não completo) quando você tenta fazê-lo rir.
- Olha pra você, se move ou faz sons para chamar sua atenção.
- Começa a reconhecer rostos familiares e de cuidadores.
Comunicação:
- Faz sons respondendo a sua conversa.
- Pode tentar imitar alguns sons.
- Vira a cabeça em direção ao som da sua voz.
Motor:
- Pega o pé.
- Tronco firme inclina-se para frente. Começam a sentar com apoio dos braços mas tombam para o lado.
- Abre a mão e pega o objeto oferecido, observa e após leva-o à boca.
- Usa o braço para pegar o objeto.
- Cuidado com objetos pequenos que ele possa engolir e engasgar.
- Consegue esticar as pernas quando segurado na vertical (pulando).
- De bruços levanta a cabeça apoiando o antebraço e rola de barriga pra cima.
- Pode começar a se deslocar se arrastando atrás de objetos do seu interesse.
- Busca o objeto colocado à sua frente, tenta alcançá-lo, pega-o.
- Pega os objetos e leva-os até a boca para explorá-los.
- Puxado para sentar, a cabeça acompanha o tronco.
- Acompanha objetos na trajetória de 180°.
- Abre a mão e tenta pegar o objeto oferecido.
Visual:
- Maior acompanhamento de objetos em movimento.
- Reconhecimento e reação a rostos familiares.
- Na visão começam a desenvolver profundidade e distância do objeto.
Cognitivo:
- Se estiver com fome, abre a boca quando vê o seio ou a mamadeira.
- Olha para as mãos com interesse.
- Podem começar a produzir mais saliva, babar com mais frequência e isso é normal.
- Ele já tem interesse por outros alimentos, mas só precisa do leite materno e/ou fórmula adequada para a idade até o sexto mês.
- Escuta e vira-se procurando o som.
O QUE FAZER PARA O MEU FILHO TER UM BOM DESENVOLVIMENTO
Emocional:
- Vínculo afetivo: abrace, acaricie, contato físico e sorria para ele.
- Comunicação verbal: fale com o bebê, faça perguntas e dê tempo para ele responder com seus balbucios.
- Sensibilidade: responda às suas necessidades de fome, sono, desconforto, etc.
- O toque, o sussurro e o carinho da mãe e dos familiares são fundamentais para o desenvolvimento da afetividade e da socialização.
- Amamente sempre que ele tiver fome, tentando estabelecer uma rotina.
- Rotinas de sono, brincadeiras e alimentação ajudam o bebê a se sentir seguro. Eles gostam de previsibilidade.
Físico:
- Colocar o bebê de bruços (Tummy time) para o reforço da musculatura do pescoço e tronco, sempre com supervisão e quando ele estiver acordado.
- Fazer brincadeiras para que o bebê use os dedos das mãos e manipule pequenos objetos.
- Dar mordedor e brinquedos para que ele possa levá-los à boca.
- Favorecer o “nadar no seco” quando estiver de bruços.
- Estimular o rolar a partir da posição lateral, fazendo-o seguir objetos.
- No colo, semi-sentado e frente a frente com você, movimentá-lo para frente e para trás.
- Ficar em pé (pulando), levantar a cabeça e o antebraço quando de bruços.
- Estímulo visual: mostre objetos coloridos, contrastantes e com padrões (listras, círculos, etc).
- Listras brancas e pretas (alto contraste) estimulam o desenvolvimento visual.
- Estímulo sensorial: ofereça brinquedos com diferentes texturas e materiais para ele sentir e tocar.
- Mova objetos leves e coloridos para que ele acompanhe visualmente e desenvolva a coordenação dos olhos.
- Brinquedos preferidos são chocalhos e guizos, que ele consegue segurar e balançar.
- Aproveite o banho para brincar: espirre água, faça espuma, cante e observe suas reações.
- Use brinquedos flutuantes, como patinhos de borracha.
- Coloque brinquedos perto da mão do bebê para que ele tente pegá-los.
- Brinque com móbiles posicionados ao alcance do bebê quando deitado.
Intelectual:
- Converse com o bebê colocando-o na sua frente. Ele retribuirá com sorrisos.
- Fale e cante para ele.
- Brinque de esconde-esconde, estimulando a procurar você.
- Mostre um brinquedo e esconda-o para ver se ele o procura.
- Leve o bebê para passeios, estimulando a interação com novos ambientes.
- Lembre-se: aos 5 meses o bebê já reconhece sua rotina e reage a mudanças.
Leitura:
- Leia em voz alta e mostre as imagens dos livros, falando sobre elas.
- Desenvolvimento auditivo: ouça músicas e explore diferentes sons.
- Estimule a linguagem com sons e estímulos verbais variados.
- Use livros com cores vivas e contrastantes.
- Imite os sons do bebê e observe sua reação.
- Aponte figuras nos livros e diga seus nomes em voz alta.
- Vire as páginas conforme o interesse do bebê.
ALERTAS DE SEGURANÇA PARA O BEBÊ
- Quedas: camas, trocadores, colo, carrinhos e poltronas são locais de risco. Sempre colocar e travar o cinto do bebê conforto. O bebê deve estar sob supervisão constante e nunca deve ser deixado sozinho em locais elevados. Ao carregá-lo no colo, evite pisos lisos, molhados ou escorregadios. Em escadas e degraus, sempre apoie-se no corrimão.
- Queimaduras: evite acidentes com banho, cigarro e líquidos quentes (mamadeira). A cozinha não é lugar para bebês. Nunca cozinhe ou manipule substâncias quentes com o bebê no colo. Atente-se à temperatura do ambiente — evite calor ou frio excessivo.
- Afogamento: durante o banho, não permita que a cabeça do bebê entre em contato com a água, pois ele pode aspirar.
- Sufocação: dormir sempre de barriga para cima, sem travesseiros, almofadas, cobertores ou brinquedos soltos no berço. Evite cordões ou prendedores de chupeta em volta do pescoço. Verifique se o colchão tem o tamanho adequado ao berço e se é firme.
- Intoxicações: cuidado com medicamentos em doses erradas e substâncias tóxicas (como naftalina). Faça a esterilização adequada de mamadeiras para evitar infecções gastrointestinais. Não exponha o bebê ao fumo passivo ou a ambientes com fumantes.
- Animais domésticos: não deixe cães e outros animais próximos ao bebê sem supervisão — pode ser perigoso.
- Termômetros: prefira termômetros digitais. Os de mercúrio podem quebrar facilmente e são tóxicos.
- Talco: não utilizar, pois há risco de sufocação e pneumonite química.
- Mobílias e equipamentos: devem possuir certificação do Inmetro e da ABNT.
- Transporte no carro: usar bebê conforto adequado à faixa etária da criança, sempre virado de costas para o movimento do veículo e preso pelo cinto de segurança.
Bibliografia:
Sociedade Brasileira de Pediatria


